sexta-feira, 6 de julho de 2012

Bem vinda ao seculo XXI

Há muitos anos você anda em círculos
Já não lembra de onde foi que partiu
Tantos desejos soprados pelo vento
Se espatifaram quando o vento sumiu

Você vendeu sua alma ao acaso
Que por descaso tava ali de bobeira
E em troca recebeu os pedaços
Cacos de vida de uma vida inteira

Se você correu, correu, correu tanto
E não chegou a lugar nenhum
Baby oh Baby bem vinda ao Século XXI

Você cruzou todas as fronteiras
Não soube mais de que lado ficou
E ainda tenta e ainda procura
Por um tempo que faz tempo passou

Agora é noite na sua existência
Cuja essência perdeu o lugar
Talvez esteja aí pelos cantos
Mas está escuro pra poder encontrar..............

Quando eu morri.....

Quando eu morri em julho
De dois mil e oito
Eu Esperava ressuscitar e juntar os pedaços
Da minha cabeça um tempo depois

Um psiquiatra disse
Que eu forçasse a barra
E me esforçasse pra voltar à vida
E eu parei de tomar ácido licérgico
E fiquei quieto
Lambendo minha própria ferida

Sem saber se era crime ou castigo
E se havia algum cordão no meu umbigo
Pra de novo arrebentar
Pois eu fui puxado à ferro
Arrancado do útero materno
E apanhei pra poder chorar

Quando eu morri suando frio
Vi Jimmy Hendrix tocando nuvens distorcidas
Eu nem consegui falar

E depois por um momento
O céu virou um fragmento do inferno
Em que eu tive de entrar

Eu sentia tanto medo, só queria dormir cedo
Pra noite passar depressa
E não poder me agarrar

Noites de garras de aço
Me cortavam em mil pedaços
E no outro dia eu tinha de me remendar

E se a vida pede a morte
Talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui
E a cada beijo do desejo
Eu me entorpeço e me esqueço
De tudo que eu ainda não entendi.....

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Armas Quimicas e Poemas...

Eu me lembro muito bem, como se fosse amanhã
O sol nascendo sem saber o que iria iluminar
Eu abri meu coração como se fosse um motor
E na hora de voltar sobravam peças pelo chão
Mesmo assim eu fui à luta... eu quis pagar pra ver
Aonde leva essa loucura
Qual é a lógica do sistema
Onde estavam as armas químicas
O que diziam os poemas
Afinal de contas
O que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?
Talvez nenhum dos dois
Sopra o vento, o carro passa, pela praça
E já foi... já foi
Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver
Aonde leva essa loucura
Qual é a lógica do sistema
Onde estavam as armas químicas
O que diziam os poemas
O tempo nos faz esquecer o que nos trouxe até aqui
Mas eu lembro muito bem como se fosse amanhã
Quem prometeu descanso em paz
Pra depois dos comerciais?
E quem ficou pedindo mais
Armas químicas e poemas?

Ligações Odiosas....

Olá!
Quem eu queria que apreciasse este post provavelmente não irá ler, mas decidi fazer meu comentario mesmo assim....sabe aquele domingo que passa devagar? e voce recebe uma ligação de uma pessoa que está mais pra fã-tasma do que qualquer outra coisa? pois é....aconteceu comigo, a pessoa me liga pra falar ASNEIRAS e ainda quer que eu fique tranquilo, opa, mas como assim? xingar o namoradinho não pode é anti - ético, e eu dou aula de ética, então mandar tomar no CU, pode né?
Não sou mais o mesmo, talvez eu tenha ainda comigo o mais do mesmo, a vida dá voltas, e muitas voltas, ja estive do lado de lá e não tiro a razão do rapaz enciumado, ja estive nesse papel e foi tudo igualzinho, engraçado como a vida da voltas e as cenas sempre se repetem ne? só não tropece na mesma pedra, o joelho só aguenta algumas vezes, caminhoneiros existem em todas as esquinas, caras de boa fé como eu e o cidadão, são poucos......se liga mané......

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranqüilo e tão contente.
Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Melancolia ou Doença?

Bom dia, boa tarde ou boa noite, nunca mais havia postado nada, o tempo não deixou, sair de casa as quatro da manha pra ir trabalhar e chegar correndo pra dar aula não tá nada facil, até meu cachorro "bart" ta sentindo minha falta, e ainda por cima to gripado, é mole?
Viajar quase 200 km no bau de uma ambulancia, faz a gente pensar em um bocado de coisas, ideias, mas nao consigo anota las, o movimento lá atras é sempre intenso, fico pensando então, até quando essas ideias irão durar, pois eu sei que em instantes elas somem, não ha ninguem ali comigo para que eu possa semear e tal, como se fosse uma gripe, a ideia não transmitida é uma ideia morta......
Por que escrevo isto nessa noite igual a tantas noites que passei escrevendo? ecos de coisas que li em noites adolescentes? acho que escrevo pra agradecer a Scarllet Johansson por ser o icone perfeito para tempos em loop, um avatar para nossa civilização: alguem fotografando as proprias costas, ao menos é uma bela imagem, mesmo que nao seja a prova definitiva da existencia de Deus, é HUMANO demais. E segue o baile, 24horas por dia, 7 dias por semana, a cobra engolindo o proprio rabo, no seu infinito recomeçar (looop), o cao correndo atras do rabo, sem o auxilio do smathphone ou o espelho do banheiro...
Desculpe! meu olhar fugiu da tela do computador e se perdeu na fumaça que subia do incenso de canela, as ideias foram se desmanchando como a linha de fumaça se desmancha depois de subir ordenadamente alguns palmos, assim como o aroma de canela fica no ar depois de apagar - se a brasa do incenso, o lixo que a gente vê fica a espreita, na mente, muito depois de fecharmos os olhos, Desisti de escrever por uns tempos sobre o mundo real lá fora, quero falar sobre rituais, é provavel que "ritual" nao seja a palavra certa, mas nao me ocorre uma melhor, refiro-me a pequenos gestos que nos acompanham, com constancia, vida a fora e se transforma no mais limpido espelho.....
Espero que meu papo não tenha deixado o astral estranho, sei que muita gente lê a noite, nao gostaria de tirar o sono e nem fazer ninguem dormir, só queria bater um papo, sem euforia e nem depressão, um cafezinho, de corpo e alma, até os ossos....Ainda sim, um simples cafezinho :)

Eu sou velho, meu velho
Tão velho quanto o mundo
Eu sou moço seu moço
E o poço não é tão fundo....

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Violência Travestida Faz Seu Trottoir

no ar que se respira, nos gestos mais banais

em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais
na vitória do mais forte, na derrota dos iguais
a violência travestida faz seu trottoir
Na procura doentia de qualquer prazer
Na arquitetura metafisica das catedrais
Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais
a violencia travestida faz seu trottoir
na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter
vontade de gritar, nada pra dizer
a violência travestida faz seu trottoir
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal
| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir
no vídeo, idiotice intergaláctica
na mídia, na moda, nas farmácias
no quarto de dormir, na sala de jantar
a morte anda tão viva, a vida anda pra trás
é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais
na hora de dormir, na sala de estar
a violência travestida faz seu trottoir
uma bala perdida encontra alguém perdido
encontra abrigo num corpo que passa por ali
e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal
enterra todos na vala comum de um discurso liberal
| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir
| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir
Tudo que ele deixou foi uma carta de amor pra uma apresentadora de programa infantil. Nela ele dizia que já não era criança, e que a esperança também dança como monstros de um filme japonês. Tudo que ele tinha era uma foto desbotada, recortada de revista especializada em vida de artista. Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir...
não se renda às evidências
não se prenda à primeira impressão
eles dizem com ternura:
"o que vale é a intenção"
e te dão um cheque sem fundos
do fundo do coração
no ar que se respira
nessa total falta de ar
a violência travestida
faz seu trottoir
em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal
a violência travestida faz seu trottoir.....

sábado, 9 de junho de 2012

Longe Demais das Capitais

suave é a noite

é a noite que eu saio
pra conhecer a cidade
e me perder por aí
nossa cidade é muito grande
e tão pequena
tão distante do horizonte
do país
eu sempre quis viver no velho mundo
na velha forma de viver
o 3º sexo, a 3ª guerra, o 3º mundo
são tão difíceis de entender
suave é cidade
pra quem gosta da cidade
pra quem tem necessidade de se esconder
nossa cidade é tão pequena
e tão ingênua
estamos longe demais
das capitais
longe demais das capitais
longe demais das capitais
eu sempre quis viver no Velho Mundo
na velha forma de viver
o 3º sexo, a 3ª guerra, o 3º mundo
são tão difíceis de entender
o 3º sexo, a 3ª guerra, o 3º mundo